CASA DAS CHAVES
Quando estou confortavelmente dentro de mim, estou de verdade em casa.
Há casas no meu interior, muitas, que não se mostram facilmente. São em espirais e pouco convencionais. Nascem bem antes do terreno e configura solidez. São casas que desejo e planejo na consistência de meus sonhos. Há outras, porém entre montanhas e vales, onde me dilato e também me aprofundo. São cheias de mimos. Neste aconchego materno, alimento as nascentes e deixo jorrar todas as minas em meus estados gerais.
Em equivalente apreço, tenho minhas casas litorâneas em lembranças bem compridas e intrigantes. São labirintos que se assemelham a conchas. Aquelas que enroscam sobre si mesmas deixando uma brecha convidativa ao ouvido desejoso. Em uma experiência singular, ouço o mar. Há um acordo entre ambientes. O mar ávido de retração e o molusco ávido de expansão, fazem uma troca justa. O molusco quer o mar e seu império. O mar quer a concha e seu mistério. Compromisso selado, quebra cabeça montado. Fico muito feliz em desfrutar do achado! São fascínios e delírios, aguçam meus sentidos.
Devo confessar que todas elas me desafiam. Contemplativas e possuem fluxos. Casas onde surfo em telhados e driblo a crista da onda. Abro os braços e o mar se torna pequeno. Alcanço o equilíbrio e minha própria dimensão. Às vezes me arrebento na areia e aquela onda bravia e suntuosa se espalha como um alívio. Daquela inquietude e austeridade sobra uma inacreditável serenidade…
Ah… não posso deixar de falar das minhas casas ninhos, etéreas, as fábulas e fabulosas. Casas as quais ainda não arquitetei…
Falarei delas todas, em outras idas e vindas.
Mas de uma, em especial, faço questão.
Uma casa telúrica, onde o arco íris não atravessa, fica.
Emana energia, alegria plena de cada um que nela existe. Estes possuem chaves permanentes. Elementos visíveis e invisíveis, do planejamento a quem pôs a mão na massa.
Desejo de boas-vindas que não passa. Flui.
Uma casa que não encerra outras. Inclui.
Uma casa de presente… uma casa presente!
Recente constantemente…
Chaves que procuram casas com asas…
Asas que vão de encontro às chaves de suas casas.
Chave e fechadura e todo o conteúdo…
Voam com gaiola, arapuca e tudo!
Felicidade em si e em mim se habita…
E em quem mais se habilita!
Parabéns Julia! Sua sensibilidade e sentidos apurados caminham em direção de uma casa interior repleta de vontade e liberdade. Que esse momento se torne pleno para aqueles que deliciam da sua literatura.
Parabéns Júlia por ser você! Sua Sensibilidade me causa emoção sempre! Sua casa interior e exterior… Você é mesmo um passarinho que voa de gaiola e tudo!
Mas um texto maravilhoso que você escreveu!!! Parabéns pela sapiência, criatividade, sensibilidade imaginativa e carinho subliminar das palavras remetendo “à casa”, energética e acolhedora que lhes espera.
Que escrita gostosinha de ler, adorei! Casa é por si só uma das palavras mais bonitas do nosso vocabulário, ela é acolhedora por si só. Significa lar, construção, família, aconchego, paz, e liberdade. Parabéns pela sensibilidade e escrita!
Parabéns!!Mexe com Nossa ALMA..minha querida amiga do Coração!!!Como SEMPRE VOCÊ ESCREVENDO PALAVRAS QUE ELEVA OS NOSSOS CORAÇÕES!!!Um beijo do tamanho da minha SAUDADE!!!!
Lindo texto Júlia …. Ao ler entrei nas minhas casas das montanhas ,próximas ao mar , as dos meus sonhos e a da minha infância (ainda atual onde minha mãe reside e encontro amor e proteção ).A casa é porto seguro :é permissão ,alegria ,sentimento ,família .Adorei .Bjs
Viagens…
Num Tempo, contenta caminhos,
Entre flores e espinhos,
Como soldados a proteger labirintos,
Fontes, Castelos, recantos…
No entanto, em certo tempo, os doces perfumes, espalhados por doce Briza…
Em alarmes ressonantes, denunciando invasores..
Somos nós, tentando viver sonhos e descobrir segredos…
São tantos aconchegos, em tantas casas, envoltas em mistérios, em saltos no tempo,…
Entre, mistérios e segredos suas viagens são convites… A tempos infinitos.
Suavidades, silêncios e brumas, escondendo seus passos e caminhos.
(Escrito no celular).
Maravilha Julia.
Posso ver, posso sentir e posso até, tocar em cada pedaço, desses Sonhos tão reais e tão maravilhosamente sonhados…
À sua vontade… Ao seu modo e lugar.
Posso até, roubar uma chave. Pequenina, mas, que talvez, abra Casarões e Casarios, talvez, Castelos…
Mas, permanece a construção perfeita,
O toque magistral da sua Pena perfeita, unica, o toque magistral,
Rainha das letras e palavras, obedientes, sabidas,
Sonhadas… por Ti.
Visceral!…Dispensa comentários…Os farei pessoalmente…Gratidão!…
Einstein, em sua teoria da relatividade, sintetiza que tudo já ocorreu, sim, toda a história já se cumpriu, a nossa experiência é apenas a luz atravessando a matéria
no ponto que corresponde a nós. Isso me leva a pensar que muitos de nós, talvez fragmentados, sentimos a luz atravessando em vários pontos diferentes, e isso torna a nossa vida tão múltipla e diversa que apenas arte carregada de intuitividade [Como seus textos Júlia] consegue expressar tais emaranhados complexos de nossa existência. TODA ARTE É INTUITIVA, mas estamos rodeados de produtos que não são arte. “Qual a geometria da história? Estrelas se amando, ressonância morfogenética, fluxos de súbitas reviravoltas paradoxais e desdobramentos dialéticos infinitos, onde se formam padrões energéticos e plasmáticos, numa dança cósmica onde trilhões de egrégoras se entremesclam
formando um quantum ou um quântico consciente que só pode ser conhecido vivenciando ou por viver, não adianta ler, pensar ou ser ensinado. Não é saber, mas é praticar.” DESCULPE PELO TAMANHO, mas só consegui fugir de um livro após olhar por esta janela que acabei de descrever!