O MEDO, SE VESTE DE QUE?

Quero saber de onde vem esse pensamento, que se traduzido em palavras, não chega perto do que se pode fazer quando o medo abre suas asas. Que lugar é este, que ninguém quer ficar por muito tempo. Quero falar mais sobre isso comigo mesma. Quero que minhas atitudes se torne um hábito novo e transforme a minha realidade em muito melhor, é claro.

Descendência, ascendência, decência (?)…

Lá estava eu, num junho promissor, vindo ao mundo já trazendo alguns medos meticulosos de minha mãe. Jamais ousaria contar. Mal sabia que eu a conhecia melhor que a si. Simpatia orgânica anônima! Entre ânsias estomacais, madrecita ansiava por ouvir meu coração. Naquela época, sem recursos técnicos. Contudo, mãe ouve sem isso, vira especialista com o tempo. O “cardio” som dela era frenético, palpitava. As risadas, misericórdia, estridentes! Eu, “sem saída”, me sentia trincada! A grávida tem seus desvaneios consentidos pelo preço e apreço ao mérito. Extensão da insanidade, prometida a uma vida inteira. Mãe nenhuma é confiável. A imensa maioria, suponho. Preocupação em demasia e nesse estado mental quem é afinal?

O medo e seus contextos, transita em todos os universos, só escapa quem não nasceu. O meu, o dito, o terrível ou o bonzinho, o do ataque e defesa já não atende pelo nome de medo. Estou dando novas versões! Regalias da maturidade…

Imagino ele, uma caixinha preta quadrada e profunda. Nela cabe muitos sentimentos. Então o meu medo nada mais é que aquele que guarda. É bem complexo, mas o nome é apenas uma casca. Como a da laranja, porosa e ardida em sumo. Chegar à fonte doce, exige uma profundidade ímpar. Confesso: vacilo com frequência em cascas duras e bem compactas, que me protege dos meus próprios medos.

Trago em mim alguns corações que pulsam por medos em estradas paralelas. O inusitado é que não se encontram nem no infinito. Algumas, já sem uso, isenta de tráfico ou tráfego, desapareceram em minha história. Que alívio!

O medo, em momento algum, me angustia. Angustia também não me dá medo. Embora pareçam independentes, cabe bem um vice versa aí. O que mais me maltrata é quando ele resolve competir comigo. Costuma engolir as medalhas antes do final do jogo. Deve sofrer de ansiedade, no mínimo! Que ódio! (perdoem-me, mas a raiva é seu atributo, vem depois avisando que ele passou). Concluo que tem sido bastante injusto. Inevitável não remeter a lebre e a tartaruga. O fato é que vai continuar na pista e irei cruzar com o temático, várias vezes. Acordos podem ser feitos e desfeitos com a mesma agilidade. Dividir o prêmio por exemplo. Aceitar os lados aliados, alinhados e alinhavados. Verossímil, mas descobri esse sentimento entupido de cores. Monocromático em casos muito peculiares, quando não resta nada além do escuro. (esses já me apavoraram). Cada um de nós tem seus quartinhos e janelas na alma.

Quem está lendo essa crônica, dará uma espiada nos próprios. Propositalmente, estou os cutucando e com vara bem curta. Falar sobre o medo não é sazonal. É difícil assumir e é o tempo todo. Não precisa ser torturado para ser expressado. Pode parecer insano, mas o medo solidário (não solitário) me enfraquece (isso é estritamente pessoal). Ninguém precisa concordar com o meu, Compreender talvez. O acordo ou o conflito são atribuições que trago em mim e a mim cabe resolver , discernir ou decidir no silêncio comprometedor .Numa situação típica de desespero, não queremos conivência mas providência.

O medo solidário, é uma boa fatia do bolo humano que reforça que todos estão “morrendo” de medo. Quem há de sobreviver para me acompanhar ou comemorar ?Endossam suas falas lembrando as vítimas eleitas. Ao descer as cortinas do mórbido ensejo, o pânico se instala na plateia. Ganha proporções incomensuráveis, ultrapassa a própria realidade. Consegui com muito esforço, invalidar permanentemente esse tipo de ingresso. A verdade pode ser dita. Compreensível. A maneira como é passada, faz toda a diferença! O curso da vida e o enfrentamento ao medo é passível de promoção aos candidatos. Isso não os isenta das recuperações e não poupa das reprovações necessárias.

E os gatilhos? O medo e ansiedade costumam andar juntos, namoram e podem ter um casamento duradouro. A separação pode ser amigável ou caminhar para um litigio. Podem ser adversários mascarando uma cumplicidade. E daí? Até onde os julgamentos prevalecem?

A ansiedade é um bicho de uma cara e outras. Ele deve ser encarado de frente, montado e dominado. Não adianta fazer média e nem rastrear o escolhido. Sem chance de correr atrás, certamente ele é veloz por excelência. É preciso coragem para subir no alvo e puxar as rédeas. Ocupar uma posição favorável, montar um planejamento. Quer diluir a ansiedade? Planeje, ponha no papel , foque e faça acontecer. A atrevida vai arrumar as malas. …

O medo é a rota por onde esses bichos vão se orientar. Dominada a ansiedade, saber onde se quer chegar é o maior ponto de partida. A segurança vem com as ferramentas precisas de enfrentamento às adversidades. As facilidades são consequência das conquistas.

O medo solitário (não solidário) é o mais justo biologicamente e estrategicamente, penso. A adrenalina gerada, prepara para a luta. O que não quer dizer, necessariamente física. Não há total definição do algoz. Um duelo de energia é possível. Quem sabe, uma mudança de direção ou devolução um sentimento que não nos pertence. Os enfrentamentos instintivos, intuitivos e culturais são relevantes, óbvio. Entretanto, recuar ou fugir dos próprios medos pode significar a extinção da espécie. Não devemos ignorar ou subestimar: O medo é uma defesa, pode ser até um terceiro olho, mas não pode nos cegar ou paralisar. Não pode ser baseado no coletivo. Antes, nos pertence. Ele pode ser súbito ou pode nos preparar para muitos desafios. Deve ser analisado e investigado no intrínseco do ser. Em outros animais o sentir acuado supõe que esteja amedrontado. O nome de medo, ou codinome susto. São sinais vitais que se manifestam no corpo inteiro. Ordens universais que são perfeitamente obedecidas.

Poderemos chegar lá. Quem se encoraja?

Por mais seja conivente, ou conveniente acredito piamente;

O medo sentimos sozinhos. isso não quer dizer que estamos sós.

O medo é complexo mas não é complexado. Tem vida própria como a própria vida. Como a morte que não tem medo do nosso medo.

É bem certo que há estágios patológicos e tratáveis. A sua essência empírica é inerente ao ser, sem omissões ou negacionismos.

Deve ser olhado de frente, verdadeiramente! Um olhar honesto e generoso. Sem muletas ou pílulas milagrosas ou mirabolantes.

O medo não é xifópago. não gruda, não adere. Apenas cresce conforme a poda.

Vivamos as estações dos nossos desejos com a fé que a vida nos convida.

Com muuuuuita vontade e responsabilidade!

Evoluir, florir!!! Sem nada a dever!

O medo pode ser gigante, mas seja por onde ele estiver ou for, nunca será maior que o AMOR!!!!

As Bençãos do DIVINO e o melhor de nós que Ele sempre espera!

#vamoquevamos!!!!